quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ser bom, ter bom coração...




"Um homem que tem bom coração, mas nem por isso deixa de fazer a infelicidade dos seus." João Henrique Pestalozzi (1746 - 1827).

Ser bom,
ter bom coração.
de que valeria tanta emoção?
Ser, ter, pertencer...
De que vale se não sabemos viver?
Em quais momentos aprendemos a viver?
Chorar, gritar, brincar...
Você acredita que existe uma receita para amar?
Você acredita que existe formas de amar?
Canto, dança, teatro...
Qual a forma que vivemos de fato?
Qual a maneira de desenvolver o ato?
Somos cheios de potência para transformar.
Somos únicos, mas sociais,
sozinhos, porém no meio da multidão,
livres, apesar das regras,
somos bons, mas nem por isso deixamos de fazer a infelicidade dos nossos.
E o que seria a felicidade para proporcionarmos a infelicidade de outros?
Como saber a forma que afetamos se muitas vezes mal sabemos como somos afetados?
"Somos quem podemos ser..."
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz..."
Ser bom,
ter bom coração.
De que valeria tanta emoção?
"É preciso saber viver..."
É preciso saber viver?
Nada na vida tem receita!
Descubra a felicidade!
Você afeta e é afetado!
Somos atos, somos potências.
Viva as suas vivências...
Algumas coisas são para serem sentidas e talvez não para serem fechadas!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Uma certeza é certeira e verdadeira...



Eu estou escrevendo,

na vida as coisas acontecem,
a gente amadurece,
cresce...
ou não...

Na vida as coisas acontecem,
muitas vezes nem prestamos atenção!
O dia de hoje pode ter cinzas no céu,
ou apenas novas folhas de papel,
não sei como será,
apenas tenho certeza que não tenho certeza de nada.

Aliás uma certeza é certeira e verdadeira,
estamos aqui de passassem
assim, espero que seja boa essa viagem!

Tudo é nosso,
mas nada nos pertence.
Você percebe a diferença,
sutil diferença, entre Nosso e Pertencer?
Entre o Tudo e o Nada?
A diferença,
sutil diferença entre Ter e Ser?
Entre Querer e Poder?
A diferença,
sutil diferença, entre Vida e Morte?
Entre Seu e Meu?

Diferenças...
De que valeria pensar igual, viver igual,
ser igual?
Na vida as coisas acontecem,
a gente amadurece ou não...
Como diria Marcelo D2,
"A vida é um eterno perde e ganha,
um dia a gente perde
no outro a gente apanha."

O que vale na vida,
as dúvidas ou as certezas?
Ou seriam as certezas de ter dúvidas?

Quanto mais dúvidas temos mais percebemos que não sabemos muito,
ou talvez não sabemos nada.
De que valem as certezas se não for para termos novas dúvidas?

Esse é o ciclo,
eu dúvido, tenho certeza...
Dúvido mais um pouco
e terei certezas mais uma vez
e perceberei que talvez não seja exatamente isso,
volto a ter dúvidas...
Aliás uma certeza é certeira e verdadeira,
estamos aqui de passassem
assim, espero que seja boa essa viagem!

Espero que possa ser boa...

domingo, 23 de outubro de 2011

Dicas do corpo, para a vida e da vida!



Bom galera como o blog tem a ideia de fazer vocês refletirem um pouco mais vou dividir um texto que recebi e que está no blog "Amar faz bem":

Quando a boca cala... o corpo fala!!!

Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico.
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a criança interna tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Preste atenção!

Realmente nosso corpo da sinais de uma esperteza e as vezes nos surpreende...
Aproveito para colocar aqui um vídeo com 12 conselhos científicos para uma vida mais "interessante":


Carboidratos, aceitar o corpo, dormir, amigos, errar, cantar, enrolar, pele, amar, abraçar, bichos, idade, teorias...
De repente pode funcionar!!!
;)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Reflexão vinda da música




Ontem como demorei um pouco para dormir, acabei ficando ligado na televisão, mas no final gostei de não ter dormido.
O primeiro convidado do Programa da Jô, com direito a dois blocos do programa foi Oswaldo Montenegro, que desde pequeno aprendi a gostar e ouvir por influência da minha mãe. 
Uma das músicas que ele tocou como uma breve canja, foi "A lista". Música simples, mas com um poder de reflexão muito grande e já que o blog tem esse propósito de pensar, criticar e refletir nada melhor do que um som como inspiração. 
Talvez faz algum sentido para você leitor, ou talvez seja apenas mais uma música, mas fato é que ela nos faz parar para responder as questões.
Amores, amigos, segredos, mentiras, defeitos, pessoas, espelho ou fotos?



A Lista - Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?


sábado, 15 de outubro de 2011

Imortal? Qual a vantagem?


Ao ler o livro Emílo, ou, Da educação; um ponto foi muito provocativo, momento em que Jean-Jacques Rousseau fala sobre a vida, a morte e a imortalidade. "Se tivessem tido a infelicidade de nascerem imortais, seriam os mais miseráveis dos seres: uma vida que jamais tivessem medo de perder não teria para elas nenhum valor." (ROUSSEAU, 2004, pg. 35). O autor ainda completa dizendo que para o homem sábio a morte é apenas uma razão para suportar os sofrimentos da vida, pois “se não estivéssemos certos de perdê-la um dia, seria muito difícil conservá-la.” (ROUSSEAU, 2004, pg. 77).
Jean-Jaques faz esse relato, pois refere-se todo instante a necessidade da criança de viver solta, livre, sem "amarras", sem estar presa, para que assim possa aprender com a vida, com seu preceptor e sua ama de leite, dessa forma cabe a critica aos médicos e a medicina, pois esta seria até útil para alguns homens, porém seria cruel para o gênero humano, uma vez que "o homem sabe sofre com firmeza e morre em paz. São os médicos com suas receitas, os filósofos com seus preceitos, os padres com suas exortações que aviltam seu coração e o fazem desaprender a morrer." (ROUSSEAU, 2004, pg. 36).
É fato que morremos um pouco a cada dia, mas muitas vezes não nos damos conta disto, porém Jean-Jaques, como autor do Romantismo, não tem a ideia de morte como seu principal foco, pelo contrário, ele admira a vida e em todo seu discurso em Emílio existe uma preservação desta, porém na vida moderna desaprendemos que estamos em todos os momentos morrendo um pouco, deixa-se de dar o devido valor a vida e a educação e ainda MONTAIGNE (2002) reforçará que só temos proveito nos estudos quando nos tornamos melhores e mais sensatos.
O Rousseau relata que ao adquirirmos força ao longo da vida evitaremos o esgotamento do corpo proporcionado pela intemperança, além disso;
 "tornamo-nos menos inquietos, menos agitados e fechamo-nos mais em nós mesmos. A alma e o corpo colocam-se, por assim dizer, em equilíbrio, e a natureza não nos exige mais do que o movimento necessário para nossa conservação" (ROUSSEAU, 2004, pg.57). 
Porém para esse processo ser completo necessita-se de um bom preceptor e para isso ainda podemos relembrar Michel de Montaigne, pois para ele o bom preceptor necessita pedir "contas não apenas das palavras de sua lição, mas sim do sentimento e da substância, e que julgue sobre o benefício que tiver feito não pelo testemunho de sua memória e sim pelo de sua vida" (MONTAIGNE, 2002, pg. 225).
Chega-se nesse momento a um ponto crucial de discussão, pois Jean-Jaques relata que "um homem que vive dez anos sem médicos vive mais para si mesmo e para os outros do que aquele que vive trinta anos como vítima deles." (ROSSEAU, 2004, pg. 37). Montaigne ainda dirá que filosofar é aprender a morrer, uma vez que “estudo e a contemplação retiram nossa alma para fora de nós e ocupam-na longe do corpo, o que é um certo aprendizado e representação da morte(...)” (MONTAIGNE, 2002, pg. 120). E ainda completa dizendo que quem ensinasse os homens a morrer, na verdade, estaria ensinando-os a viver.
Portanto, o que seria a vida? O que vale mais na vida? De que sustenta-se a formação humana nos dias de hoje? O que transforma um homem em um cidadão nessa visão romântica? Pode-se nesse momento traçar mais um paralelo com Montaigne:

"As abelhas sugam das flores aqui e ali, mas depois fazem o mel, que é todo delas: já não é tomilho nem manjerona. Assim também as peças emprestadas de outrem ele irá transformar e misturar, para construir uma obra toda sua: ou seja, seu julgamento. Sua educação, seu trabalho e estudo visam tão-somente a formá-lo" (MONTAIGNE, 2002, pg. 227).

Percebemos nesses pequenos trechos uma similaridade entre Rousseau e Montaigne, apesar da diferença de épocas entre os dois, o primeiro viveu de 1712 até 1778, já o segundo 1533 até 1592, um suíço e outro francês, mas ao mesmo tempo uma extrema preocupação com uma formação humana muito mais humanitária do que apenas para simplesmente ensinar as crianças a contar, ler, escrever e posteriormente trabalhar, uma formação muito mais profunda, a qual percebe-se a fragilidade da vida e entende-se que para a criança evoluir necessitá-se de experiências, aprendizados e principalmente saber utilizar os aprendizados durante a vida para uma maior evolução pessoal.

Jean-Jaques Rousseau



Michel de Montaigne















Suas proximidades podem ainda ser referenciadas através do livro II de ROUSSEAU (2004), o qual este cita Montaigne dizendo que quanto mais domarmos as crianças com relação ao sofrimento, mais o protegeremos contra as estranhezas e mais tornaremos sua alma dura e invulnerável, assim sendo não basta ensinar o seus nomes para as crianças, “mas sim fazendo-as prová-las, sem que saibam o que seja”  (ROUSSEAU, 2004, p. 158).
Rousseau (2004) diz que o hábito que devemos deixar que a criança adquira é o de não contrair nenhum, dessa forma coloca-se a criança em condições de ser senhora de si mesma e de fazer em todas as coisas a sua vontade, sempre que tiver vontades, já Montaigne relata que para esse processo de educação não merece educar as crianças para apenas acumular as ideias "não há nada como aliciar o apetite e a afeição; de outra forma fazemos apenas burros carregadores de livros. A golpes de chicote, dão-lhes para guardar a bolsinha cheia de ciência - a qual, para ser eficaz, não deve somente ser guardada em casa; é preciso desposá-la" (MONTAIGNE, 2002, pg. 265).
A pergunta que persiste é: qual a formação humana que queremos para nossas crianças? Afinal "viver não é respirar é agir [...] o homem que mais viveu não é o que contou maior número de anos, mas aquele que mais sentiu a vida." (ROUSSEAU, 2004, p. 16). MONTAIGNE (2002) alerta que a nossa visão é limitada com relação a imensidão do mundo, portanto existe a necessidade de perceber que as verdades sempre serão provisórias, que tudo é finito, que saber morrer liberta-nos de imposições e sujeições, que a morte é o objeto em nossa caminhada é um objeto necessário em nossa vida.
Qual é a forma que estamos sentindo a vida hoje? E qual é a forma que iremos ensinar nossas crianças a sentirem a vida? Utilizaremos de médicos, filósofos, padres, educadores, para camuflar as realidades da vida para nossas crianças? Ou iremos mostrar como é a realidade, deixar saber das belezas da vida e mostrar que existe a morte? Ainda poderemos mostrar que entre a vidAMORte existe o amor, "cum res animum occupavere, verba ambiunt" (Quando as coisas invadirem o espírito, as palavras apresentam-se em grande quantidade.") (MONTAIGNE, 2002, pg.253).

REFERÊNCIAS
MONTAIGNE, Michel de. Os Ensaios: livro I; tradução Rosemary Costhelk Abílio, 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emilio, ou, Da educação. 3. ed. São Paulo: Difel, 2004.