quarta-feira, 6 de julho de 2011

Da educação das crianças

Hoje quero atentar para o texto "Da educação das crianças" de Michel Montaige. Esse texto pode ser encontrado no livro - "Os ensaios: livro I".



Para começarmos a conversa Michel Eyquem de Montaigne (Saint-Michel-de-Montaigne, 28 de fevereiro 1533 - 13 de setembro de 1592) foi um escritor e ensaista francês, considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objecto de estudo. É considerado um cépito e humanista. Mais informações sobre ele podem ser encontradas no http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_de_Montaigne 


 Bom gostaria de compartilhar aqui com vocês alguns pontos do texto que gostei muito. Basicamente o texto é baseado em uma carta de uma mãe que é enviada à ele perguntando sobre como ela deveria educar seu filho, ou melhor, quais seriam os conselhos que ele daria, para que a educação de seu filho fosse adequada.
Montaigne primeiramente avisa que existe uma dificuldade muito grande no processo de ensino, porém é de fundamental importancia escolher um preceptor que antes "tivesse a cabeça bem feita do que bem cheia".
"Que ele lhe peça  contas não apenas das palavras de sua lição mas sim do sentimento e da substância, e que julgue sobre o benefício que tiver feito não pelo testemunho de sua memória e sim pelo de sua vida" (pg. 225). Mostrando, portanto, a necessidade de colocar-se em pratica aquilo que é aprendido.
Com relação aos conteúdos ensinados, Montaigne relata que os alunos podem esquecer imediatamente de onde adquiriu alguma informação, mas que ele saiba assimilá-la. Que não necessariamente o aluno deve seguir exatamente o que é falado por alguém, pois "quem segue um outro nada segue. Nada encontra, e até mesmo nada procura" (pg. 226). 
Partindo dessa idéia ele utiliza uma metáfora ele relata: "As abelhas sugam das flores aqui e ali, mas depois fazem o mel, que é todo delas: já não é tomilho nem manjerona. Assim também as peças emprestadas de outrem ele irá transformar e misturar, para construir uma obra toda sua: ou seja, seu julgamento. Sua educação, seu trabalho e estudo visam tão-somente a formá-lo" (pg. 227).
Portanto o maior objetivo dos estudo é nos tornarmos melhores e mais sensatos. Montaigne resalta muito a importancia de educar para a vida, não apenas para a ciência. "cum res animum occupavere, verba ambiunt" (Quando as coisas invadirem o espírito, as palavras apresentam-se em grande quantidade."
A ciência não deve, nunca, ser o único enfoque para uma boa educação, precisamos mais do que isso "não há nada como aliciar o apetite e a afeição; de outra forma fazemos apenas burros carregadores de livros. A golpes de chicote, dão-lhes para guardar a bolsinha cheia de ciência - a qual, para ser eficaz, não deve somente ser guardada em casa; é preciso desposá-la" (pg. 265).
Esses são alguns dos trechos interessantes existentes no texto citado. 
Montaigne tem uma perspectiva muito interessante sobre educação, claro que algumas de suas idéias não me agradam, como por exemplo, relatar que a educação deve ser realizada, boa parte dela, longe dos pais, porém esse é um dos poucos pontos que discordo das idéias reveladas sobre educação por Montaigne.
Espero que esse breve relato deixe você mais instigados em pesquisar este autor.






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