quinta-feira, 18 de agosto de 2011

“Ninguém está preparado para perder uma parte de si”



Bom pessoal sinto-me em uma fase muito produtiva... Ideias aos montes, muitas vezes não estou com tempo de colocá-las no papel, mas estou tentando unir aulas com textos e possíveis temas para os textos, o famoso unir o útil ao agradável.
Recebi de minha mãe, em um email, um texto do Daniel Piza (http://www.danielpiza.com.br ), ele também é colunista no jornal Estadão de São Paulo. Nesse texto que recebi, Daniel comenta sobre sua mãe e a forma que ela lido com a hepatite C, mas o que me chamou muito a atenção no texto foi a frase: “Ninguém está preparado para perder uma parte de si”.
Acredito que quando falamos em perdas o assunto sempre é muito interessante e ao mesmo tempo misterioso, uma vez que perder, principalmente na sociedade atual é algo bem complicado, agora “perder uma parte de si” acredito que todos encarem isso como algo mais complexo ainda.
Quando pensamos esse contexto é inevitável não pensarmos na morte, mas nosso erro é ter medo de pensar na morte e pensar na morte apenas como o fim da vida.
Deixamos de nos atentar para as diversas mortes que temos ao longo da vida e acabamos nos distraindo e perdemos a oportunidade de amadurecer e compreender que perder ou morrer faz parte do nosso dia a dia.
Claro que não podemos generalizar a questão e achar que se aceitarmos as pequenas perdas ao longo da vida estaremos preparados para morrer, ou para aceitar a morte de um ente querido, a revolta e o luto fazem parte desse processo de perda e são necessários, prova disso é a existência da Tanatologia área que estuda as questões relacionadas com a morte, Tanathos – o deus da morte e Logia – ciência.
Mesmo com estudo e consciência de que as perdas fazem parte da vida, realmente, “Ninguém está preparado para perder uma parte de si”.
Tão difícil quanto perder parte de si é consolar ou de certa forma tentar ajudar alguém que passou por uma perda desse tipo, ainda mais quando é algo repentino e não um processo como uma doença longa.
A pouco tempo um amigo perdeu um tio, talvez não fosse a pessoa mais próxima em sua vida, porém era parte dele, de certa forma estava inserido em sua construção de vida, a morte foi algo repentino, ninguém da família estava preparado e é nesse momento que você pode perceber que não estamos preparados para fatos como esse na vida, tanto para vivenciar quanto para apoiar. Por mais que você já tenha passado por uma situação similar, com a perda de alguém muito próximo, você nunca conseguirá consolar uma pessoa, talvez possa proporcionar um alivio de alguma forma, mas você nunca sentirá da mesma forma que aquela pessoa sente, cada um sabe o tamanho de seu sofrimento, de sua dor.
O fato é:  viva para ganhar, mas saiba que morrer e perder fará parte desse processo e mesmo assim, por mais que você esteja consciente disso, por mais que você possa estudar Tanatologia, por mais que ao longo da vida você perca mais do que ganhe, mesmo assim você ainda não estará preparado 100% para enfrentar a dor de perder, porque “Ninguém está preparado para perder uma parte de si”.
Como diria Marcelo Camelo na música “O vencedor” “Eu que já não sou assim / Muito de ganhar / Junto às mãos ao meu redor / Faço o melhor que sou capaz / Só pra viver em paz”.



Um comentário:

  1. Juliana Almeida Coelho18 de agosto de 2011 às 11:14

    Gustavo, amei a postagem!!
    É importante lembrar que por trás de qualquer perda está a transformação... que é fundamental para o crescimento e amadurecimento! Não podes esquecer das borboletas!!!

    Beijos

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