Existem muitas formas para isso acontecer...viajar... mas no momento a viagem é outra, talvez até mais prazerosa do que uma realizada para outra cidade ou outro país.
Viajo comigo mesmo, viajo para dentro de mim, ou talvez até para fora, bem longe...
Ideias vem, mas logo na sequencia se perdem, somem, escapam do toque das mãos, ou da conclusão racional...
A sensação é de prazer! Porém um prazer diferente, uma paz no corpo, nos processos fisiológicos, nas necessidades e vontades, uma nostalgia, vontade de rir, como se problemas não existissem, como se obrigações não existissem, apenas eu, a dificuldade de firmar a caneta e a leveza dos pensamentos.
Será que essa é a sensação quando morremos? Seria essa a tal sensação de paz da finitude do corpo?
Queria poder estar nesse estado mais vezes para ter maiores e talvez melhores reflexões sobre outros assuntos, ou não...
"Respire fundo três vezes". Isso eu lembro....
Qual o motivo de três vezes se no meio da segunda tudo apaga?
Volto, acordo, em outro lugar. Bem. Leve. Risonho...
Tudo fica lento, mas existe muita vontade de pensamentos, desejo de escrever, unir o viajar fisico, mental e o da escrita.
Tudo em camera lenta, porém a visão e audição parecem não estar prejudicadas, estomago levemente dolorido e um gosto diferente na boca. Como nosso corpo pode ser tão perfeito e ao mesmo tempo frágil e suscetível?
Esse pode ser outro delírio...
Em alguma medida essa pode ser a sensação do tal espírito livre em Nieszche, livre, para refletir e pensar sem barreiras, leve para conseguir alcançar alturas impossíveis em outros momentos e solto para caminhar por possíveis caminhos que anteriormente não eram imagináveis.
Vou aproveitar, pois toda vez que a viajamos teremos que voltar... ou não...
E pensar que uma simples endoscopia pode proporcionar tudo isso!!!