Texto desenvolvido após trabalho realizado baseado em crônicas de Rubem Alves (http://www.polbr.med.br/arquivo_99.php), específicamente o texto VI.
Imaginemos o mundo feito de apenas de
ciências...O que seria do amor e das paixões?
Imaginemos o mundo feito de apenas uma ciência...
Tudo dependendo de um método, uma resposta.
Imaginemos o mundo feito de apenas uma verdade...
Por exemplo, que todos nós iremos morrer.
Imaginemos o mundo feito de apenas a sua
verdade!!! Todos deveriam querer reviver tudo o que já passaram na vida, desde
as piores dores até as maiores alegrias.
Como diz Rubem Alves sobre o personagem:
“Sua metafísica era quadriculada. Deus é o rei. A
rainha é nossa senhora. O adversário são as hostes do inferno.”
Imaginemos então o xadrez da educação:
Tabuleiro seria a sala de aula.
O diretor é o rei, deve ser defendido por “suas”
peças, mas ao mesmo tempo atacado por outras.
A torre os coordenadores, conseguindo alcançar
grandes distancias.
O professor a rainha, autônoma, podendo andar
para todos os lados, por todo o tabuleiro.
O bispo seria o auxiliar de classe, com autonomia
de movimentos até uma determinada direção.
O cavalo seria um tipo de aluno, que arrisca
mais, tem mais visibilidade na sala, mas nem sempre consegue se sair bem.
Finalmente os peões, seriam os alunos, muitas
vezes sacrificado pelo jogador, outros tem o objetivo de virar uma rainha.
Mas quem seria "o jogador"?
Talvez essa seja a peça mais importante, essa é a
formação pedagógica que temos ao longo do caminho, para que possamos conseguir
trabalhar as peças dentro do tabuleiro. O fato é que quando entramos em uma
nova sala de aula, um novo contexto é aberto, um outro jogo é iniciado e
nos resta aprender esse novo jogo, as novas regras.
A ciência pode ser exata e correta, mas em algum
momento pode-se provar o contrário, foi assim com as tonsilas, com a manga e o
leite, com a ideia de lavar a cabeça quando está menstruada e poderá ser assim
com vida em outros planetas, com o fato de os seres humanos respirarem apenas o
oxigênio, ou ainda de nascerem ou sendo homem, ou sendo mulher e até mesmo a morte não ser um momento de dor,
pois ela poderia ser uma grande arte!
Como dirá Rubem Alves: “A ciência é muito
boa - dentro dos seus precisos limites. Quando transformada na única linguagem
para se conhecer o mundo, entretanto, ela pode produzir dogmatismo, cegueira e,
eventualmente, emburrecimento.”
Isso mesmo, a ciência também pode
emburrecer, uma vez que esta poderá ser a representação de um único sentido,
quando a vida é feita de muito mais do que apenas verdades, que podem mudar de
direção, podem evaporar com o calor, sumir como em um passe de mágica e deixar de
fazer sentido assim como pode ser a paixão que não se transforma em amor.
Esse é o xaque mate da vida na ciência!
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