Confesso
que estava ansioso para aplicar a atividade com o G2 (crianças com
idade entre 1 ano e meio e dois anos), no Flor do Campus. Acredito
que não ter tanta experiência com essa faixa etária, com certeza
era um dos motivos para fazer a ansiedade aumentar.
Ao
mesmo tempo em que temos tanta coisa para aprender com as crianças,
nos sentimos, ou melhor sinto-me na obrigação de proporcionar algo
marcante para elas. Não algo que obrigatoriamente elas possam
aprender, reproduzir, decorar como fazer, mas algo que possa ser
significativo.
Por
mais que tudo esteja organizado, a atividade, os tempos, os
procedimentos, tudo sempre passa por diversas possibilidades, devido
à imprevisibilidade do ser criança.
Tão
imprevisíveis que podem passar da alegria extrema para o choro
compulsivo em segundos.
Pode ficar super atenciosa com algum barulho e de repente se dispersar ao ver um fantoche de palito.
Pode ficar super atenciosa com algum barulho e de repente se dispersar ao ver um fantoche de palito.
As
crianças são breves... Breves como muitos momentos em nossa vida,
desde os alegres até os tristes.
As crianças são breves... Breves como o tempo em que um beija flor para de bater as asas.
As crianças são breves... Breves como nossa própria vida.
As crianças são breves... Breves como o tempo em que um beija flor para de bater as asas.
As crianças são breves... Breves como nossa própria vida.
As
crianças são simplesmente breves.
Sinto
esse poder delas de mudarem seu humor como o tempo que o vagalume,
acende e apaga.
E
isso tudo é muito encantador.
Planejamos
contar uma história e interagir com fantoches de palito, mas não
tivemos história contada, apenas imagens mostradas e uma grande
interação com os bonecos de palito.
As
coisas começaram a ficar mais interessantes quando fomos para a área
externa, para plantar os corações de papel.
Enquanto um cavava a terra, os outros distraiam-se com outros atrativos do espaço.
Aos pouco um a um, foram plantando os corações. Não sei bem se entendiam o que estavam fazendo, se compreendiam o motivo, mas estava prazeroso, vê-los mexer na terra e ao mesmo tempo divertindo-se de um lado para o outro.
Enquanto um cavava a terra, os outros distraiam-se com outros atrativos do espaço.
Aos pouco um a um, foram plantando os corações. Não sei bem se entendiam o que estavam fazendo, se compreendiam o motivo, mas estava prazeroso, vê-los mexer na terra e ao mesmo tempo divertindo-se de um lado para o outro.
Corpos
soltos pela grama...
Hora
da sala de arte. Pintar com cola colorida os potes que seriam os
futuros vasos.
Alguns
tímidos, não ousavam colocar a mão na cola, preferiam o pincel.
Outros achavam melhor colocar um dedo e outros a mão toda.
Cada
um em seu tempo, do seu modo, com suas ideia, colorindo o pote.
Experimentando a nova textura, as cores, a bagunça.
Alguns
acabaram logo, outros não queriam acabar, mas era hora de limpar as
mãos para sujar mais uma vez. Dessa vez com terra.
Voltamos
para a sala com os potes e descobrimos uma nova tática, quando
dizíamos que seria contado um segredo, todos ficavam em silencio.
Divina mágica.
Mostramos
as mudas de plantas e dissemos que naquele momento eles iriam
plantar.
Mais
uma vez a festa estava armada. Todos para fora, cada um com seu pote,
sentados em roda e um saco de 5 kg de terra no meio deles, portanto,
mão na massa!!!
Terra
para todos os lados. Na mão, na roupa, no tênis, na camiseta, terra
que não acabava mais. Potes pela metade, hora de colocar as
sementes. Depois mais terra. Diversão incrível, que era até
difícil livrarem-se dos potes, uns choravam, enquanto outros
preferiam virar o pote com a terra e com todas as sementes dentro!
Aos
poucos, acalmando os chorões, replantando os que haviam jogado a
terra fora, tudo foi se acalmando e foram voltando para a sala.
Era hora de nos despedir, pois a outra turma estava chegando. Agora vamos esperar para o que nos aguarda na próxima semana!!
Era hora de nos despedir, pois a outra turma estava chegando. Agora vamos esperar para o que nos aguarda na próxima semana!!
Segundo dia de
intervenção.
A ansiedade é menor,
porém sinto que temos poucas atividades e muito tempo, mesmo assim tinhamos algumas "cartas na manga".
Quando chegamos, somos
avisados que o lanche das crianças seria depois de meia hora do
inicio de nossas atividades.
Também tivemos uma
ótima noticia de que na segunda-feira, após nossa atividade de
plantar os corações de papel, a primeira coisa que as crianças
fizeram foi procurar para verificar se eles havia brotado.
Fico mais tranquilo,
pois tenho absoluta certeza que iremos ocupar esse tempo
tranquilamente.
Cumprimentamos as
crianças, que mesmo depois de me olharem sem barba, ainda insistem
em me chamar de pai (talvez essa seja uma reflexão para um próximo
texto).
A primeira atividade
programada é colher as flores de papel, as quais já estavam
colocadas em seus devidos locais. Quando as primeiras crianças
chegam, expressam um olhar de espanto e surpresa.
Aos poucos vamos
distribuindo as flores, pois cada uma tinha o nome de uma das
crianças.
Depois elas voltam para
a sala de aula. Apesar de algumas deixarem as flores pelo caminho,
uma das crianças pegava e ia formando um buque com essas que haviam
sido deixadas.
A atividade na sala
eram três filmes relacionados com músicas de plantas e isentos.
Com o ambiente
devidamente preparado, com um lençol improvisado que servia de
telão, para a sessão de cinema.
As crianças ficam
vidradas nos vídeos e prestam muita atenção. Algumas balançando
levemente a cabeça no ritmo da música, outras repetindo algumas
palavras.
A mãe de uma das
crianças chega e ficamos com o grupo mais reduzido. Inicialmente com
seis crianças, agora estava com cinco.
Logo após o filme
buscamos as mudanças que elas haviam plantado na primeira aula para
que possam ser regadas. Cada uma rega um pouco de cada planta e
mostramos para elas onde cada uma está brotando.
Após cuidarmos das
plantas, passar álcool nas mãos, pois é hora do lanche.
Bola, bolacha, gelatina
e suco.
Alguns comendo
timidamente, outros sem nenhuma cerimonia, colocando tudo na boca de
uma vez, até perceberem seus limites!
É encantador perceber
como cada um vai descobrindo a comida, estranhando o gosto, sentindo
a textura, a sensação de tocar a gelatina.
Cada um em seu ritmo -
como de costume - pedindo mais, outros satisfeitos. Aos poucos todos
vão acabando e voltando para a sala.
Voltamos com as
crianças para a sala.
Sinto uma sensação
boa, de um “dever” cumprido, mas algo antes de tudo prazeroso.
Estar perto das crianças, tentar sentir o tempo delas, sentir as
vontades delas, exercendo a alteridade e buscando de alguma forma
absorver um pouco desse universo, pelo qual já passamos e ao mesmo
tempo parece-nos tão distante.
O que elas aprenderam?
Prefiro não pensar
sobre isso.
O tempo da criança não
é o nosso, logo a forma de assimilação delas é outra, portanto
prefiro que o tempo delas encarregue-se de mostrar o que vale ou não
ser lembrado.
Busco uma forma de
formar o outro e me formo, nesse processo que em muitas vezes
deixamos de perceber sua mão dupla!
Cabe aqui o agradecimento do nosso grupo de trabalho (Ana, Gustavo, Pamela) para todos do Flor do Campus que nos auxiliaram. Coordenadora Seandra, professora Lais e auxiliares, Tuani e Aline. Claro que nosso agradecimento à professor Gabriele Nigra que nos proporcionou essa experiência.
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