sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O que as pessoas pensam



Dizem que todos têm suas manias, mas eu sempre paro e tento pensar quais são as minhas. Tudo bem, tudo bem, você leitor que já é levemente mais íntimo pode até saber algumas delas, porém o fato é que quando nós mesmos tentamos pensar nelas parece que surge um bloqueio, um “faz de conta que eu não tenho isso” e nenhuma das ditas manias surgem em nossa cabeça.
Tá, mas quem disse que mania é algo ruim?
Mania, palavra que vem do grego “loucura”, é para a Psiquiatria um distúrbio mental caracterizado pela mudança exacerbada de humor, mas não é exatamente essa a definição psicopatológica que quero trabalhar, penso na questão levemente mais básica, mas não menos importante, na qual mania é “um hábito estranho, ridículo, uma esquisitice”.
Vejamos algumas bem estranhas:
Cartocacoete – mania de ver mapas em todos os lugares, nas nuvens, na comida, em tudo!
Gamomania – mania de pedir pessoas em casamento, é mole? Isso porque tem gente que não consegue essa proeza nem uma vez.
Clinomania – desejo de ficar na cama, é a obsessão por dormir, um amor incontrolável pelos travesseiros e cobertores.
Tricotilomania – mania de arrancar cabelos, sendo que alguns até comem.
Sim, meu caro leitor, são manias estranhas mesmo!  Lembrando dois detalhes: primeiro, existem outras mais simples e comuns, como roer unhas, mascar chiclete o tempo todo, cutucar o dedão do pé, o segundo, é conseguir perceber a diferença da simples mania e o momento em que ela começa a virar uma patologia.
Tudo que estou falando aqui é para chegar a uma “auto-mania” que sempre me deixa intrigado. O que as pessoas pensam? É isso mesmo, o que será que todas as pessoas que encontramos no dia a dia estão pensando?
Fala sério... Será que isso é uma viagem só minha?
Sempre que ando na rua, ou em qualquer lugar que tenha muitas pessoas, fico imaginando: “De onde esse cara vem? Quais são seus objetivos de vida? Quantos irmãos ele tem?” E aquela senhora: “Por que ela anda tão devagar? Pra onde ela está indo? Pra que tantos remédios?”
Acredito que a partir desse momento comecei a me tornar uma pessoa mais observadora, pois alguns pontos me trazem informações para descobrir os detalhes de cada um.
Imagina o tanto de histórias de vida que existem em apenas um quarteirão? Quantas coisas novas não poderíamos aprender? Quanta coisa não poderíamos mudar com apenas uma palavra?
Na verdade, gostaria de ter tantas informações, não simplesmente por tê-las, ou para fazer umas “fofocas”, mas sim porque me encanta saber, conhecer e compartilhar novas histórias de vida, entender como cada pessoa reage a cada situação, como cada um trabalha e administra seus problemas e o melhor de tudo, tentar achar alguma forma de auxiliar essas pessoas, independentemente da forma.
Como sei que não posso saber das histórias de todos, vou me contentando com as que escuto ao longo dos anos. E você, quais são suas manias?

Um comentário:

  1. Confesso que tive que parar por alguns minutos pra conseguir chegar às minhas próprias manias. Como você disse, a tendência inicial é de pensar: "faz de conta que eu não tenho isso". rs
    Vou contar minha mania mais estranha e que pode ser mal interpretada... rs, mas dane-se, eu vou falar mesmo assim. rs
    É uma coisa que eu me pego pensando sempre que conheço um casal. Eu não sei porque isso acontece... quando vejo, já estou pensando. rs
    Eu penso: "como será que eles são na intimidade?", "o que será que eles fazem de mais doido?", "ou então, será que eles fazem algo mais louco, ou são do estilo muito conservadores?". Aí eu começo a tentar tirar conclusões, baseadas na postura deles, nas coisas que dizem, na idade, no perfil que parecem ter. rs
    Mas eu faço isso sem perceber. Quando me dou conta já criei um milhão de teorias sobre a vida sexual do casal sem perceber! rs
    E nem sempre isso acontece quando vejo um casal. Também pode acontecer quando observo alguém sozinho.
    E também tenho mania de tentar imaginar qual é o pensamento mais absurdo que determinada pessoa já pode ter tido. E nesse caso, sobre tudo, sobre qualquer assunto.
    Bom, se as manias têm uma pitada de loucura, então estou perdoada por tê-las, certo? rs
    Brincadeira, falei em perdão mas não acredito niso. Acho que ninguém tem que ser perdoado ou não por algo que pensa. Isso pode valer para as atitudes e para o que se diz, mas não para o que se pensa. O pensamento é onde temos a plenitude da LIBERDADE!
    Acho muito doido pensar em tudo o que imaginamos quando deixamos de lado a razão. Se é que é possível ter momentos de total loucura ou de total razão. Será? Muito provavelmente não.
    Nietzsche já dizia que "há sempre um pouco de razão na loucura". E a recíproca acredito que também seja verdadeira muitas vezes. Até de pensamentos mais loucos pode-se extrair alguma razão. E pensar em razão pura, sem nenhuma pitadinha de loucura, não me parece cabível nas relações entre as pessoas, nem nas relações delas com o mundo. Talvez fosse possível apenas uma razão pura na análise de problemas de lógica, matemática.(se é que tudo isso também não é uma grande loucura! Pra maioria da humanidade não é, mas pra mim é! rs)

    Seu blog tá muito bacana!! =)

    P.S.: Tenho um conto sobre Razão e Loucura que quero te mostrar depois!

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