Só quem mora no Sul sabe o quanto estamos sofrendo com as chuvas constantes. Carros, casas, roupas, perdidos; pessoas desaparecidas em meio a tanta água, lama e sujeira.
Apesar da desgraça e tristeza, a história de hoje é sobre um palhaço. Isso mesmo, um palhaço.
Estava em meu trabalho, após um dia inteiro de chuva, em que quase fiquei preso na enchente da Palhoça. Nada estava dando muito certo: não achava os clientes, endereços errados
e o tempo se fechando novamente.
Dirigindo o carro em busca de mais um cliente, o semáforo fechou. Quando olhei para o lado havia um palhaço. Desviei o olhar para que ele não viesse me “importunar”, uma vez que
meu humor já estava "em baixa". Mas, em um breve lampejo de consciência, pensei: - Eu também trabalho de Dr. Palhaço em um hospital (faço parte dos Terapeutas da Alegria); não
posso negar essa minha "veia de palhaço". Decidi pegar o nariz de palhaço que havia no porta-treco do carro, coloquei e voltei a olhar para o outro homem de nariz vermelho. Ele arregalou
os olhos e disse:
- Você também é como eu?!
Apenas sorri e esperei para ver o que aconteceria.
Ele se aproximou, encostou-se ao carro e apontou o horizonte.
- Vai vir chuva, disse ele.
- Não, não, mais chuva não........
- Sim, sim, deixa chover. Deixa chover muito!
- Mas se chover mais, as coisas vão piorar.
Nesse momento, ele fixou seu olhar no meu e falou:
- Você sabe o que a nossa mente faz?
- Não!
- Ela mente, respondeu o palhaço.
Não entendi, mas continuei prestando atenção.
- E você sabe o que significa coração? (insistiu o homem do nariz vermelho nas charadas.)
- Não sei não.
- Significa a Cor da Ação.
Mais uma vez fiquei sem entender muito bem o que ele queria dizer com aquilo. Então meu novo amigo refletiu:
- Enquanto o homem utilizar a mente que mente e não o coração, esses desastres continuarão a acontecer.
Comecei a tentar refletir sobre aquilo, mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, surgiu outra charada:
- E você sabe o que nós podemos fazer para silenciar a mente que mente e agir com o coração?
Outra vez eu não tinha a resposta. Ele nem me deu tempo para pensar, e respondeu:
- Você está vendo esse furinho bem aqui? (apontando para o furinho no meio do bigode).
- Estou vendo sim.
- Você está vendo esse dedo aqui? (levantando o indicador).
- Sim.
- Esse dedo encaixa direitinho nesse furinho (mostrando o sinal do silêncio). E olha para onde ele aponta: lá pro céu! É dessa forma que o ser humano tem que começar a agir: silenciando a mente, ao silenciar a boca; dessa forma podemos ouvir nossa cor da ação e prestar atenção nos recados que vem do céu.... Pense nisso, amiguinho.
Confesso que nunca imaginei que o tempo de um sinal vermelho fosse suficiente para que eu pudesse refletir sobre tantas coisas.
O melhor que fiz naquele dia foi colocar o nariz vermelho, atraindo o sábio palhaço que estava alí, naquela quarta-feira de tempo nublado.
Tantas reflexões baseadas em simples palavras vindas de um palhaço, que por pouco ficaria sem minha atenção...
Com certeza foi prova de que a todo minuto aprendemos alguma coisa, de que estamos aqui pra aprender; basta estarmos abertos para isso.
E você ? Está aberto para aprender algo novo hoje?
Nossa, Serzinho, simplesmente AMEI !!!!
ResponderExcluirNossa, sem comentários!
ResponderExcluirRealmente, aprendendo com um palhaço... e que sabedoria! E é nesta sabedoria, que vem do alto, do Pai mais perfeito, bondoso, amavel que podemos ter que me apego a cada dia nesta nova caminhada que escolhi pra minha vida e que sei que é dificil! Mas firme e forte vou seguindo com a certeza de que estou chegando...
Abraço enorme Gu... té!