Arete para os Gregos tinha a concepção de competência do uso adequado do corpo - Virtude espiritual, situção, movimentação adequada para cada momento.
Não é esperar o elogio, mas sim a vontade de ser lembrado por sua coragem e ser determinante para seu povo, busca pela excelência humana, porém são valores hoje não cultuados.
O homem Grego não é para si, nem para o outro, mas sim para a comunidade. "Quem atenta contra a arete alheia perde, em suma, o próprio sentido da arete" (p.32), não existe a necessidade de reconhecimento, negar a honra era a maior tragédia humana.
Existe a ânsia do mérito de se distinguir, nos dias de hoje o mérito e destacar-se não é mais visto como positivo e produtivo.
Os tempos Homéricos, parecem ser mais abertos e livres perto dos tempos clássicos, o qual tinha um poder do Estado muito maior. Por outro lado parece que como humanos nós não conseguimos ficar por muito tempo sem governo.
Vive-se as pequenas insignificâncias, não existem mais grandes ações, nem mesmo magníficos feitos. Nossa sociedade pós moderna (pensando apenas no sentido de estar associada com o capitalismo), vive muito mais essas insignificâncias, e pior, elas são valorizadas, dessa forma, perde-se o sentido do próprio viver.
Enquanto antes "a arete heróica só se aperfeiçoa com a morte física do herói" (p. 32), hoje mal conseguimos viver por um próprio proposito, quanto mais viver "na defesa dos amigos, sacrificar-se pela pátria, abandonar prontamente dinheiro, bens e honrarias para "fazer sua a beleza"" (p. 35).
oras, o que mais nos move hoje além do dinheiro, em grande parte do tempo?
O que sustentaria realizarmos algo por nossa honra nos dias de hoje?
Acredito que seria apenas os nossos ideias. Mas nessa sociedade que valoriza as insignificâncias, nesse pós modernismo, o qual valoriza-se o dinheiro, além daquilo que lhe é devido, esquece-se dos amigos em busca de bens e honrarias e ainda desvaloriza-se a própria pátria, como pode-se almejar ideias?
O que seria hoje, o verdadeiro sentido daquela arete?
Nobreza, belo, aristocrácia, que antes poderiam ser compreendidos de uma forma, parecem ser hoje palavras sujas. Os termos hoje são outros, as interpretações dependerão das contextualidades históricas.
Sejamos claros, esses processos são um grande reflexo da falta de reflexão (com o perdão da redundância) da sociedade hiperacelerada, a qual por mais queiramos desacelerar, somos "empurrados" pelo embalo da própria massa, mais ou menos como estar parado na frente do metrô em São Paulo às 18 horas, por mais que você não queira, acabará parando dentro do vagão.
Pensando em formação humana, quanto essa falta de ideais, esse excesso de pressa e dificuldade de absorver termos como arete na visão dos Gregos, ou a dificuldade de estruturar o excesso de informações que recebemos, quanto isso influência nesse processo educacional?
Textos, textos e mais textos, absorvemos tudo?
Quanto isso contribui para nossa formação?
O que realmente aprendemos com isso?
E será que "eu vejo a vida melhor no futuro"? Existe um novo começo de era, mas será que é de "gente fina, elegante e sincera"?
Fato é: "não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há pra viver"...Não é uma questão de ser negativo, mas sim de pensar de que forma você pode ajudar para que a música possa ser parte da realidade.
Escute e perceba a música e aquilo que te cerca de forma mais crítica.
Rever conceitos, refletir, criticar, questionar, não se engessar!
JAEGER, Werner (Wilhelm). Paideia : a formação do homem grego. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes; [Brasilia]: Ed. Universidade de Brasilia, 1989. 966p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário