Bom, queria aqui hoje agradecer ao coordenador do curso de Naturologia Aplicada Fernando Hellmann w]e a Professora Teresa Gaio que defenderam de forma exata a utilização dos fitoterápicos.
Temos que ficar atentos, pois nem tudo que a televisão apresenta é real.
REFLITA...PENSE...CRITIQUE...
Unisul - Naturólogos rebatem Dráuzio Varella
Ao contrapor as idéias do médico Drauzio Varella, que no programa Fantástico, da TV Globo, lançou dúvidas sobre a eficácia das plantas medicinais, o coordenador do curso de Naturologia da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), professor Fernando Hellmann, disse que há pesquisas científicas que comprovam o uso de determinados fitoterápicos e citou evidências, como as políticas do Ministério da Saúde sobre o tema, assim como a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que possui uma lista de plantas medicinais seguras para uso no cuidado à saúde.
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A ANVISA fiscaliza e organiza as políticas de saúde para o país e em sua portaria 971, de 3 de maio de 2006, aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS). Já o decreto Decreto 5.813, de 22 de junho de 2006, aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no país.
Por esses dados, o professor Fernando Hellmann estranha a série de reportagens de Dráuzio Varella, desmerecendo a eficácia de qualquer outra linha que não a medicina moderna ocidental, que o programa Fantástico começou a exibir domingo passado.
O professor Fernando é mestre em Saúde Pública e doutorando em Saúde Coletiva, naturólogo formado em 2005 pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), instituição que pioneiramente implantou no país o curso de Naturologia Aplicada, que leva para a academia o conceito de práticas naturais para promover e manter a saúde das pessoas, como a hidroterapia, plantas medicinais, geoterapia, reflexologia, massoterapia e outras práticas integrativas que promovem a recuperação e/ou o a manutenção do equilíbrio do organismo, vendo não apenas a questão biológica, mas também os aspectos, tais como sociais, ambientais.
“As plantas medicinais (ou fitoterápicos, quando a planta tem seu princípio ativo extraído e transformado em um medicamento), estão na base da maioria dos remédios vendidos nas farmácias; A planta mesmo, em pó ou seca, pode ser usada como chá, ungüento ou emplastro”, argumenta o professor Fernando ao questionar o fato da reportagem apresentar o uso das plantas medicinais de forma simplista.
Na TV, Dráuzio Varella propagou que a utilização dessas plantas pode até mascarar o problema, levando à sua complicação. O professor Fernando rebate: “O medicamento comum comprado na farmácia também pode mascarar uma doença, ao aliviar um sintoma. Depende do uso que se faz dos remédios, sejam de plantas medicinais ou medicamentos alopáticos. O que se questiona é como foi conduzido a reportagem, que leva a denegrir o uso de plantas medicinais dessa forma. Temos é que fazer bom uso das plantas medicinais e também do medicamento alopático, só assim um e outro funcionam eficientemente”.
O professor complementa que, na reportagem, a crítica realizada aos conhecimentos tradicionais foi incisiva, além de fornecer argumentos incompletos para denegrir tal conhecimento: “Os conhecimentos milenares tradicionais, se persistiram durante tanto tempo, devem ter sua razão e devemos ter mo mínimo respeito a eles”. E complementa: “O argumento lançado no programa de que a grande expectativa de vida da população atual se deve à da penicilina, é verdadeira em partes. O fato é que a história da Saúde Pública mostra que antes de tudo foi o saneamento básico, o acesso à alimentação e à água potável, entre outros motivos, que aumentaram a expectativa de vida. A penicilina também, mas como foi colocado na reportagem, parece que são os medicamentos de ponta que trouxeram mais anos de vida à população”, diz ele.
A professora Teresa Gaio, também do curso de Naturologia da Unisul, ressalta: “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das doenças podem ser tratadas com plantas medicinais. Países desenvolvidos como França, Alemanha e Inglaterra, por exemplo, são os que mais utilizam fitoterápicos para solucionar gripes, resfriados, distúrbios digestivos, problemas de pele, dores em geral e auxiliar no controle do colesterol, diabetes, insônia e estresse”.
No Brasil também existem ambulatórios que atendem a população, inclusive no Sistema Público de Saúde, somente com práticas naturais, integrativas e complementares – por exemplo, o Centro de Referência em Tratamento Natural do Amapá (CRTN) e Hospital de Medicina Alternativa (HMA) em Goiânia (Goiás). Além destas instituições, o curso de Naturologia da Unisul mantém um Centro de Práticas Naturais, que atende quase 500 pessoas mensalmente, há quase uma década, o qual tem dezenas de pessoas com relatos de melhora de sua saúde através das práticas integrativas e complementares, onde a fitoterapia se inclui.
“No Centro de Prática Naturais, dores musculares, ansiedade, estresse, distúrbios digestivos, doenças metabólicas, insônia, problemas de coluna, infecção urinária, doenças de pele são os casos que mais atendemos nesses anos todos. São pessoas que já percorreram diversos consultórios médicos e chegam até nós como último recurso”, afirma a professora Teresa Gaio. Ela coordena, também há 8 anos, um programa de extensão Linha Verde da universidade que leva essas práticas naturais para postos municipais de saúde na região da Grande Florianópolis.
A professora ressalta que os relatos de todos esses casos são de melhoras. “Não podemos negar o avanço da medicina e sua importância. Mas, também, vemos que a alopatia, as especialidades e os equipamentos cada vez mais sofisticados colocados à disposição da população não estão conseguindo diminuir os problemas de saúde, pelo contrário, pesquisas mostram que as pessoas estão cada vez mais doentes com a modernidade que nos exige os dias de hoje, como é o caso do aumento da depressão”.
Ela acrescenta: “Plantas medicinais auxiliam em muitos casos, podendo ser utilizadas em algumas situações como único recurso terapêutico e em outras como complementar ao tratamento médico, como no caso de câncer e AIDS. Hoje, a ciência e a tecnologia moderna podem auxiliar com novos medicamentos, não podemos desconsiderar outras formas de tratamentos, apesar dos reconhecidos efeitos colaterais. Mas cada caso deve ser analisado por profissionais competentes para ser definida a melhor forma de tratamento, claro, sempre em concordância com o paciente, pois este deve ter sua autonomia preservada”.
Para o professor Fernando, “no âmbito da Naturologia, procuramos conduzir o uso das plantas medicinais no cuidado à saúde sem ter a intenção de substituir os cuidados médicos, mas pensamos a terapia por plantas de forma segura e eficaz, com a finalidade de promover a saúde, humanizar os serviços de assistência, levando em consideração a necessidade da revitalização do etnoconhecimento, bem como o uso sustentável dos elementos da natureza”.
Assessoria de Imprensa
Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul)
Campus Pedra Branca