Esse é o título de um filme que assisti uma parte esses dias.
Não vi inteiro, mas também não precisava para compreender o trama de que se tratava e ao mesmo tempo me chamou a atenção, pois o tema é muito "instigante", pelo menos para mim. O filme trata da morte, porém não uma morte qualquer, mas a tentativa de um casal superar a morte de seu filho de 4 anos.
Não tenho ideia do que é perder um filho, mas sei bem como é perder uma pessoa especial antes do tempo que julgamos suficiente (se é que existe um tempo suficiente antes de morrermos) para estarmos ao lado dela.
Desde do o ano de 2008, setembro passou a ser uma mês em alguns momentos triste, mas como diria uma parte do próprio filme, quando perdemos alguém querido é como se tivessemos um monte de tijolos caindo em cima de nós, aos poucos, com o passar dos anos, esses tijolos saindo, uns algumas pessoas ajudam a remover, outros você consegue retirar, outros depois de muito tempo irão esfarelar, mas terá um dos tijolos, um único que continuará no seu bolso e depois de um tempo, apesar do peso você deixará de notá-lo, mas em alguns momentos quando precisar guardar algo nesse bolso irá colocar sua mão e será nesse momento que tudo voltará a tona, as lembras, os bons momentos, o cheiro, o som da voz, o toque, as broncas, os conselhos, a imagem do sorriso.
Aquilo que por alguns momentos parecia estar desaparecido, você percebe que estava lá...guardado...para tentar de alguma forma aliviar a dor por alguns instantes.
E algumas perguntas surgem:
Mas tinha que ser ele o anjo para ir pro céu?
Quem disse que a missão dele já havia sido cumprida?
Quem diz que ele queria ir para um "lugar melhor"?
Qual é o tamanho da nossa insignificância nesse momento?
Qual o controle e o que nós podemos controlar?
Quando essas perguntas serão respondi? Provavelmente nunca, talvez elas sejam até uma forma de tentar deixar a dor "menor", tentar fazer com que esse último tijolo seja menos pesado, ou apenas uma forma de refletir para não chegar em conclusão nenhuma e dar-se por vencido devido ao cansaço.
Talvez nesse momento possamos pensar em uma frase do nosso querido e totalmente extemporâneo Friedrich Nietzche "mesmo no ferimento se encontra também a força curativa", ou seu "lema": "increscunt animi, virescit volnere virtus" ("crescem os espíritos, a força se fortalece com a ferida") (Crepúsculo dos Ídolos).
E quem somos nós para contrariar?
E a última pergunta que fica:
Será que esse tijolo deveria sumir? Ou ele é apenas uma forma de nos manter alerta para que possamos perceber e valorizar por ainda estarmos vivos, com possibilidade de carregá-lo?
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